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Graduanda no polo efetuando a matrícula
Foto | Divulgação
Força de vontade fez com que Veridiana terminasse o Ensino Médio e agora ela cursa Graduação em Enfermagem
Resiliência, esperança e sonho foram os impulsos para que Veridiana Braga Paulino, 39 anos, mãe de uma menina (muito desejada), voltasse à sala de aula depois de
20 anos. O desejo de terminar os estudos sempre foi presente junto de diversas dificuldades. Apesar dos desafios, a cearense de Itapajé persistiu determinada e fez a Educação de Jovens e Adultos (EJA), realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) conquistou uma bolsa de estudos na UNIASSELVI.
Como ela mesma diz “se fosse contar tudo que aconteceu as pessoas ficariam surpresas”. Mas mesmo diante de inúmeras circunstâncias adversas que começaram na infância - como por exemplo, ter sido criada pela tia até os
14 anos e a falta de condição financeira para a compra de materiais escolares – Veridiana não abandou a vontade de ampliar o conhecimento:
“Eu sempre tive isso em mente de voltar a estudar e que ia conseguir fazer isso. Quando era mais nova precisei optar em estudar ou trabalhar. Tentei duas vezes voltar para a escola, mas sem sucesso porque tantos as disciplinas como o trabalho exigiam muito de mim. Ao mesmo tempo, isso nunca foi problema, encarei com muita vontade”.
Enquanto passava pelo processo de separação no casamento - que foi bastante impactante, pois ela afirma que “era muito ingênua e achava que ia viver um conto de fadas para sempre” - ao ouvir no rádio, a entrevista com uma diretora, de uma escola local, Veridiana decidiu realizar o que tanto queria. Fez a matrícula na EJA. Logo que os estudos começaram, iniciou também a pandemia da Covid-19.
Com isso, também veio a insegurança das aulas remotas. No primeiro momento, a graduanda ficou surpresa e aflita pelo fato das atividades não serem presenciais:
“Tive que me adaptar a usar o celular para as aulas, isso foi durante um ano”.
Quando os encontros presenciais retornaram, outra adversidade apareceu. Ela foi diagnosticada com ansiedade e início de depressão. Mesmo com receio Veridiana não desistiu e se formou no Ensino Médio. Na sequência, veio a prova do exame nacional:
“Com incentivo dos professores eu resolvi fazer o Enem. E foi aí que eu vi uma oportunidade, porque antes em cidades como a minha a gente não tinha cursos de nível superior. Era preciso ir para outro munícipio. E com a UNIASSELVI aqui em Itapajé (CE) eu vi que a chance de eu fazer uma Graduação era real”.
A lembrança de quando soube o resultado na avaliação é viva e nítida até hoje:
“Quando eu vi que eu tinha conseguido uma bolsa de estudos pelo ProUni, eu não sabia se eu chorava, se gritava, se sorria, se agradecia. Foi um sentimento que eu não consigo explicar. Até porque no dia da prova, eu não tinha ninguém que pudesse ficar com a minha filha, eu tive uma crise de ansiedade muito forte. Eu chorei, chorei, chorei, me ajoelhei e rezei. Entreguei nas mãos do senhor e disse que fosse feita a vontade dele. Pedi a ele força e sabedoria e fui fazer a prova”.
A profissão escolhida, na área de saúde, surgiu de um sentimento nobre, conforme ela conta:
“Eu sempre quis fazer Enfermagem porque eu sempre gostei muito de cuidar dos outros, sempre olhei para o próximo. E pedi a Deus que eu tivesse uma oportunidade de realizar isso, pois na Enfermagem eu sempre vi essa possibilidade”.
Enquanto cursa o 1° semestre o principal compromisso é com o conteúdo:
“Estou me dedicando muito”.
Por Redação UNIASSELVI
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