Pesquisa aponta falta de 235 mil professores no Brasil em 2040
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Levantamento foi feito com base em dados do Inep
De acordo com a pesquisa realizada pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), em 2040, o Brasil sofrerá com a falta de 235 mil professores de educação básica. Os dados analisados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
O principal motivo seria o desinteresse, especialmente dos jovens, em seguir a carreira docente. Segundo o estudo, o número de ingressantes em cursos de licenciatura foi menor do que no restante do ensino superior. No período de 2010 a 2020, o aumento em graduações na área de ensino foi de 53,8%, enquanto em outros campos foi de 76%.
Além disso, o estudo sinaliza que nos 10 anos acompanhados, houve uma considerável evasão, já que o crescimento de formados em licenciaturas foi somente de 4,3%. Já o percentual de novos alunos, com até 29 anos de idade caiu de 62,8%, em 2010, para 53%, em 2020.
Em outras palavras, o perfil dos profissionais tende a ser de pessoas mais velhas. Entre 2009 e 2021, o número de professores em início de carreira, com até 24 anos de idade, caiu de 116 mil para 67 mil, uma retração de 42,4%. Ao mesmo tempo, a porcentagem de docentes do ensino básico com 50 anos ou mais cresceu 109% no mesmo intervalo de tempo.
Para a Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, a formação de professores com mais de 29 anos não significa, necessariamente, a entrada de novos educadores no setor. Conforme ela explica, na maioria das vezes, essas pessoas já trabalham na área:
“Isso acontece em razão da lei que obriga o professor em exercício a ter formação mínima na área de pedagogia ou em licenciaturas para o magistério na educação básica”.
Cursos mais afetados
Conforme os números, há cursos que são mais afetados por essa realidade do que outros. Na graduação de biologia licenciatura, por exemplo, caiu em 21,3% o número de alunos que concluiu o curso entre 2016 e 2020. Em química, a redução ficou em 12,8% no período e, em letras, 10,1%.
O número total de docentes da educação básica está estabilizado em cerca de 2,2 milhões desde 2014, depois de ter tido um aumento de 10,8% em comparação com 2009. Esses professores atendem cerca de 44,6 milhões de jovens entre três e 17 anos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que em 2040, o Brasil tenha cerca de 40 milhões de indivíduos nessa faixa etária. Para manter a proporção atual de professores e alunos, seria necessário ter 1,97 milhão de docentes. No entanto, o estudo projeta, a partir das taxas observadas até 2021, que o país chegue a esse momento com 1,74 milhão de educadores.
*Com informações da Agência Brasil
Por Redação UNIASSELVI
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