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Ideia surgiu com o objetivo de transformar os resíduos em arte. Aproximadamente 56 toneladas já foram processadas e revitalizadas
O Brasil é o quinto maior gerador de lixo eletrônico no mundo, segundo pesquisa da Green Eletron (gestora para logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos), publicada em 7 de outubro deste ano. O descarte incorreto destes materiais é considerado um problema, já que componentes químicos podem causar danos ao meio ambiente e à saúde humana. Mas já dizia Antoine-Laurent de Lavoisier “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. E assim também pode ser no mundo globalizado. É exatamente isso que Sérgio Lima faz há 10 anos. Aluno do polo Messejana, na UNIASSELVI Fortaleza (CE), artista plástico e técnico em informática, ele transforma descartes de equipamentos eletrônicos em obras, invenções, jogos educativos, brinquedos e em design de predisposição à robótica.
Foi pensando nas novas gerações e em tornar o ecossistema mais limpo que o idealizador do Projeto Resíduos Tecnológicos Sustentáveis desenvolveu objetos como tanques de guerra, robôs e utensílios residenciais. São mais de 400 criações e cerca de 2 mil unidades replicadas:
“Geralmente o que mais me marca é fazer oficinas com alunos em escolas públicas e associações da comunidade de vulnerabilidade social. Existe sim emoções e momentos de impacto. O objetivo é atingir e impactar profundamente a mudança da nossa cultura de destinar incorretamente aquilo que parece que não tem mais nenhum valor”.
Entre os trabalhos há um robô composto por câmeras de monitoramento (IP) e caixa de som Bluetooth; um helicóptero confeccionado com pau um de selfie, mouse e suporte para celular; e um dinossauro formado por agulhas de HD e películas de monitores. Lima estima que já ressignificou aproximadamente 56 toneladas de resquícios da área de Tecnologia da Informação (TI).
“Hoje nós conseguimos processar em média por dia, uma tonelada”.
O Projeto Resíduos Tecnológicos Sustentáveis está inserido no programa Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR), do Ministério do Meio Ambiente. Desta forma, companhias comprometidas em dar destino correto aos elementos suspostamente inúteis, conseguem encaminhar os mesmos para ações de preservação. Atualmente o estudante do 4º semestre de Gestão Ambiental, tem parceria com 19 empresas, como Auto Peças Padre Cícero, Heineken, Ibyte, R7 Informática, Schneider Electric, UNIASSELVI e Unimed, por exemplo.
“Nó temos um galpão onde processamos todos os resíduos e geramos oficinas, capacitações e treinamento técnico. O projeto tem crescido bastante graças a Deus. Criamos um ciclo sustentável de 95% de aproveitamento”.
Ele conta ainda, que a Graduação tem contribuído com o trabalho, já que o conhecimento adquirido é muito vasto.
“As aulas não só somam, mas abrem novos horizontes, levando-nos a repensar e a aplicar as nossas atividades dentro da lei, dentro dos conformes e necessidades do projeto e da área jurídica. Eu achei de extrema importância iniciar a minha faculdade porque me prepara eficientemente, juridicamente, socialmente e isso é de grande valia”.
Na quinta-feira (25), a inciativa recebeu uma homenagem do Banco do Nordeste (BNB). Neste ano, esse foi o terceiro reconhecimento que a corporação concedeu à proposta. O ato aconteceu na Câmara Municipal de Fortaleza. Entre as certificações estão: Empresa que mais cresceu durante a pandemia (Covid-19) e Empresa que mais gerou empregos e desenvolvimento de microcrédito.
Exposição na universidade
No dia 12 de novembro, a UNIASSELVI Fortaleza em parceria com o Projeto Resíduos Tecnológicos Sustentáveis realizou uma exposição com interatividade. No evento que envolvia empreendedorismo e sustentabilidade, o artista apresentou um androide que repete a fala de comando em 16 timbres diferentes.
“A ideia é agregar valor à peça, é renomear. Acreditar que ela pode sim ter uma outra utilidade. Eu costumo falar que várias peças de sucatas podem se transformar em vários outros produtos”.
Fotos | Arquivo pessoal
Por Redação UNIASSELVI
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