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Crédito | Arquivo Pessoal
Professor se identifica com situação de aluna e toma atitude como gesto de proteção
Sensibilidade e solidariedade. Foram esses os substantivos e sentimentos que motivaram Deniro Duarte Machado, 25 anos, recém-formado no curso de História, pelo Polo Caucaia (CE), da UNIASSELVI, a encorajar Shopia Melo, 11 anos, a continuar usando um colete ortopédico durante as aulas do 6° ano do ensino fundamental.
Ele conta que desde os primeiros dias que a aluna começou a usar o equipamento, ele a chamava de Mulher Maravilha, como gesto de afeto. Pois segundo ele, a estudante estava com uma armadura. Apesar dos incentivos ele percebeu Sophia triste. Foi quando ela contou ao professor que foi chamada de corcunda. Machado ficou comovido:
“Aquilo cortou o meu coração. Eu fiquei muito chateado e foi aí que pensei em tentar resolver o problema”.
Além de levar o caso para conhecimento da coordenação da escola e entrar em contatos com os responsáveis das crianças envolvidas, ele sentiu a necessidade de fazer mais. Principalmente quando a mãe de Sophia revelou que ela não queria mais usar o colete para o tratamento de escoliose de convexidade 35 graus.
A frustação da aluna não saiu da cabeça do docente e foi aí que ele teve a ideia:
“Eu pensei, “rapaz” quer saber eu vou fazer um colete para mim também. Fiz de E.V.A, grampeei, colei, coloquei velcro. E foi uma surpresa para ela”.
Ele recorda como foi o primeiro dia que entrou na sala de aula usando o colete artesanal. E falou para a turma:
“Estou usando esse colete em homenagem à Sophia e a partir de hoje quem quiser fazer bullying, faça comigo! Porque agora ela e eu vamos usar colete”.
A repercussão da ação foi muito positiva. Ele foi aplaudido e a pequena Sophia ficou emocionada. Toda a instituição foi reverenciar o ato:
“Os pais bateram fotos, choraram, ela (Sophia) também. Eu já era apegado a ela, aí nós ficamos mais apegados ainda. Ela sempre foi muito carinhosa comigo e agora estamos muito mais próximos do que antes”.
Segundo ele, foram quatro pontos principais que o impulsionaram a tomar essa atitude:
“Primeiro eu tive a motivação pessoal, porque eu sofri bullying. E eu sempre levei comigo a intenção de ser o professor o que eu queria ter quando eu era aluno. Também tem o foco pedagógico, pois um dos princípios da área é a afetividade, porque ser professor não é só dar aulas, é impactar vidas. Outra coisa, foi a questão de a História ser formada por envolvimento, pois sem olhar crítico, não há História. E Por último, eu sou Cristão, a bíblia diz em Romanos 12:15: alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram; eu vi a dor da Sophia e chorei com ela, agora eu me alegro com ela".
Por Redação UNIASSELVI
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